O número de empresas da construção civil com cinco ou mais pessoas ocupadas atuando no estado do Piauí aumentou 55,6% em dez anos: eram 457 empresas em 2013 e passaram a 711 em 2022, um incremento de 254 novas empresas no período. Entretanto, no que diz respeito à quantidade de pessoal ocupado nessas empresas, registrou-se uma queda de cerca de 46,5% no mesmo período, caindo de 37.722 empregados em 2013 para 20.180 em 2018, com uma redução de 17.542 trabalhadores.
Observou-se um comportamento equivalente na construção civil no Brasil: eram 59.736 empresas com cinco ou mais pessoas ocupadas em 2013, número que subiu para 64.842 em 2022, um aumento de 8,54%, com um incremento de 5.106 empresas. Contudo, houve diminuição de 24,5% no número de trabalhadores, que eram 2.773.953 em 2013 e chegaram a 2.095.055 em 2022, queda de 678.898 pessoas ocupadas no setor. As informações são do IBGE, obtidas através da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC).
No Piauí, em 2022, registrou-se uma média de 28 pessoas ocupadas por empresa da construção civil, indicador inferior ao observado no Brasil, que foi de 32 empregados por empresa. O pessoal ocupado na indústria da construção no Piauí em 2022 representava cerca de 1% do total de pessoas ocupadas no setor no Brasil, com a sétima menor proporção entre os estados. Por sua vez, São Paulo possuía a maior proporção dos empregados ocupados na construção no país, com 27,1%, seguido de Minas Gerais, com 13,1%. Os estados com as menores proporções foram Roraima e o Amapá, ambos com 0,2%.
Salário dos trabalhadores teve aumento de 20% em uma década
Nos últimos 10 anos, o salário médio pago aos trabalhadores da construção civil no Piauí apresentou um incremento de 20%. Em 2013, a quantia média paga mensalmente aos empregados da indústria da construção equivalia a 1,5 salário mínimo, valor que subiu para 1,8 salário mínimo em 2022. No Brasil, percebeu-se um movimento em sentido contrário, com uma redução da média salarial. No país, os trabalhadores do setor recebiam uma média de 2,7 salários mínimos em 2013, enquanto em 2022 essa média passou para 2,2 salários mínimos, redução de 18,5%.
Por sua vez o valor despendido em salários, retiradas e outras remunerações pelas empresas da construção no Piauí foi de R$ 580,9 milhões em 2022, cerca de 18,4% a mais do que o montante gasto em 2013, que foi de R$ 490,5 milhões. No Brasil, em 2022, o valor destinado aos salários, retiradas e outras remunerações foi 13,1% superior ao valor despendido em 2013. Foram R$ 74,1 bilhões em 2022, contra R$ 65,5 bilhões em 2013.
Construção civil piauiense se destaca na região Nordeste
O Piauí produziu R$ 4,6 bilhões em incorporações, obras e serviços da construção em 2022, o que equivale a 6,3% do total gerado no Nordeste (R$ 72,6 bilhões), sexta maior participação dentre os nove estados da região. A participação da construção civil do Piauí em relação ao total do Nordeste aumentou em 65% na comparação com a do ano de 2013, quando foi de 3,8% e ocupava a última colocação na participação regional. Nesse período de 10 anos a participação do Piauí aumentou e em 2022 superou a dos estados da Paraíba (6,0%), de Alagoas (5,9%) e de Sergipe (2,8%). A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) do IBGE considera apenas a produção das empresas com cinco ou mais empregados.
Na comparação entre todos os estados do Brasil, em 2022 o Piauí ocupava a 19ª posição em termos de participação do valor da construção civil, com 1,2% do valor total produzido no país (R$ 396,1 bilhões). São Paulo foi o estado com maior participação relativa no país, com R$ 108 bilhões de reais, o que equivale a 27,3% do total, seguido do Rio de Janeiro, com R$ 27,8 bilhões, e uma participação de 7% do total do país. A menor participação foi do Acre, com uma produção no valor de R$ 827,1 milhões, o que representava 0,2% do valor total do país.
Em termos de participação no valor da construção civil no contexto das Grandes Regiões do país, no período de 2013 a 2022 duas delas aumentaram sua participação: a região Sul, que passou de 12,2% para 16,7%, e a região Centro-Oeste, que passou de 9,1% para 9,5%. As demais regiões do país perderam participação relativa, com a região Sudeste passando de 52,3% para 49,5%, a região Nordeste passando de 19,4% para 18,3%, e a região Norte passando de 7,0% para 6,1%.
FONTE: Portal o Dia