Três horas e meia de muitas luzes, som, pirotecnia, fogos de artifício, misturando música eletrônica às raízes amazônicas da música paraense, com direito até a remix inédito de "Voando pro Pará", hit de Joelma. O DJ Alok inovou com show gratuito da Aurea Tour, em Belém, neste sábado (23), ao unir palco em formato de pirâmide de LEDs na altura de um prédio de dez andares a um espetáculo inédito com dezenas de drones que, juntos, formavam desenhos no ar.

Uma das mensagens fazia menção à conferência mundial das mudanças climáticas, que será na capital paraense daqui a um ano - a COP-30. O show marca a contagem regressiva para o evento da Organização das Nações Unidas (ONU).


Essa COP no Brasil será a mais importante da história, então a gente traz tudo isso nesse show para chamar a atenção do Brasil, e do mundo, para a consciência do que está acontecendo aqui em Belém, que vai ser o centro do mundo no debate climático. Por isso, a gente tem que fazer a COP ficar POP", disse durante coletiva de imprensa, antes de subir ao palco.

Alok revelou que o set foi pensado especificamente para o público paraense. O show estava marcado para 21h, mas começou por volta das 22h10. A organização estima que aproximadamente 200 mil pessoas foram ao show. Já o governo do Pará divulgou neste domingo (24) que o evento reuniu 250 mil pessoas no estacionamento do Mangueirão.

Nas primeiras batidas eletrônicas, a multidão já ecoava um coro típico das festas de aparelhagem paraenses: "endoida c******". A empolgação das pessoas fez com que Alok gravasse um take para um videoclipe oficial da faixa atual de trabalho, "Looking for Love", parceria com Anitta.

À direita, homenagem à Marília Mendonça; à esquerda, projeção com o surfista Medina. — Foto: Eder Júnior / Divulgação

À direita, homenagem à Marília Mendonça; à esquerda, projeção com o surfista Medina. — Foto: Eder Júnior / Divulgação

Outro ponto do show também foi uma projeção em homenagem à Marília Mendonça, em um remix da cantora ícone da música sertaneja.

Em outro momento, o medalhista olímpico Gabriel Medina estrelou uma campanha sobre conscientização ambiental da Vivo, patrocinadora da Aurea Tour. O surfista apareceu surfando na pororoca, na Amazônia.

Depois disso, o artista convidado pelo governador do Pará Helder Barbalho (MDB) para ser o embaixador da COP-30 começa a entrar ainda mais na onda do "rock doido" paraense ao introduzir no show alguns artistas da terra. A expressão "rock doido" é usada para falar de festas da periferia no Pará.O primeiro foi Pinduca, rei do carimbó, que subiu por volta das 23h30. Com um chapéu colorido, numa apresentação dançante, Pinduca mostrou vigor ao entoar os clássicos do cancioneiro paraense, incluindo o tema das aprovações nas universidades em comemorações no estado, "Marchinha do Vestibular".

Pinduca, rei do carimbó, se apresenta no palco do DJ Alok, em Belém. — Foto: Eder Júnior

Pinduca, rei do carimbó, se apresenta no palco do DJ Alok, em Belém. — Foto: Eder Júnior

Em seguida, Alok faz um mix de hits do tecnobrega que agitam festas das periferias paraenses. Uma mistura de explosão sonora com luzes, fogos de artifício e fumaça, inspirada em aparelhagens como o Crocodilo e SuperPop Live. A sequência foi pensada com ajuda do DJ paraense Elielson.

Divas do Pará

Voz de uma das parcerias recentes de sucesso a nível nacional, com Pabllo Vittar, surge no palco a aposta da música paraense Zaynara - nome que vem despontando como revelação.

A música que abre a apresentação, "Sou do Norte", evidencia as raízes da jovem cantora, que estava acompanhada de dançarinos em uma performance enérgica e cheia de elementos pop e amazônidas, como no look.

À direita, Viviane Batidão; à esquerda, Zaynara. Cantoras paraenses agitam público no show do DJ Alok em Belém. — Foto: Eder Júnior

À direita, Viviane Batidão; à esquerda, Zaynara. Cantoras paraenses agitam público no show do DJ Alok em Belém. — Foto: Eder Júnior

Outro nome que desponta a nível nacional já é veterana no Pará e apareceu no Mangueirão por volta de 0h - Viviane Batidão.

A cantora deu um gosto do que é o verdadeiro "rock doido" paraense, em uma performance explosiva, cheia de coreografias e comandando a agitação do público, dizendo "olha bem pra mim, amor".